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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ogum




  Ogum (Yòrúba: Ògún), figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

  A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo Yoruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após ter sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

  É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Ọxossi Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ògún quem deu as armas de caça à Ọ̀xossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.

A violência e a energia, porém não explicam Ògún totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

  Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odùdúwà; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.

  Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

  Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.

É o dono do Ọ̀bẹ (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exu porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariuô) - folhas do dendezeiro (igi ọ̀pẹ) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).

   Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exu. Se Exu é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.

Uma frase muito dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum, é a seguinte: "Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún". (Uma pessoa pode trair tudo na Terra Só não deve trair Ògún).

  Ogum foi casado com Iansã que o abandonou para seguir Xangô. Casou-se também com Ọxum, mas vive só, batalhando pelas estradas e abrindo caminhos.











Umbanda

Oferenda Básica:


  • Bebidas - Cerveja Branca
  • Comidas - Bagre, Costela com Cebolas no Dendê
  • Fitas - Branca e vermelha
  • Flores - Cravo, palmas vermelhas e Espada de São Jorge
  • Frutas - melancia, laranja, pêra, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi, uvas
  • Linhas - Branca e vermelha
  • Pembas - branca e vermelha
  • Toalhas ou panos - vermelho
  • Velas - Branca e vermelha ou toda branca 





Desdobramentos

  O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Ọmọlú, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Ọmọlú, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Ọmọlú em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum . É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

  Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxossi, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Ọxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ògún atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.
Especificando:

  • Ogum (Orixá) + Beira-Mar (qualidade do Ogum que trabalha à Beira do Mar em sintonia com Iemanjá e Ṣàngó) = Ogum-Beira Mar;
  • Ogum (Orixá) + Sete Ondas (qualidade de Ogum que trabalha em Alto-mar em sintonia com o povo do mar) = Ogum Sete Ondas;
  • Ogum (Orixá) + Pedreira (qualidade de Ogum que trabalha nas pedreiras e cachoeiras) = Ogum da Pedreira, Ogum das Sete Pedreiras, Ogum da Cachoeira, etc.;
  • Ogum (Orixá) + Megê (qualidade de Ogum que trabalha na Linha das Almas) = Ogum Megê das Almas;
  • Ogum (Orixá) + Matinata (regência da Lua, noite e madrugada em sintonia com Oxalá) = Ogum Matinata;
  • Ogum (Orixá) + de Lê (qualidade de Ogum mesclado com Xangô, trabalha com a Lei) = Ogum de Lê;
  • Ogum (Orixá) + Rompe-Mato (qualidade de Ogum mesclado com Ọxossi desbravador, caçador) = Ogum Rompe-Mato;
  • Ogum (Orixá) + de Ronda/Naruê (guardião e vigilante dos caminhos em sintonia com Exu) = Ogum de Ronda, Ogum Naruê etc.
  • Ogum (Orixá) + Iara (Qualidade de Ogum mesclado com Orixá Oxum)= Ogum Iara, Ogum Beira Rio
Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda



Características:

Animais: Galo vermelho, Cachorro.
Bebida: Cerveja Branca.
Chakra: Umbilical 
Comidas: Bagre, Costela
Cor: Vermelha (Azul Rei) (em algumas casas também o verde)
Data Comemorativa: 23 de Abril ( 13 de Junho)
Dia da Semana: Terça Feira
Elemento: Fogo 
Essência: Violeta 
Fios de contas: Contas e firmas Vermelho , ou vermelho com branco
Incompatibilidade: Quiabo
Metal: Ferro (aço e manganês)
Número: 2
Pedras: Granada, Rubi, Sardio. Em algumas casas Lápis- Azul, Topázio Azul)
Planeta: Marte
Pontos da Natureza: Estradas e Caminhos( Estrada de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.
Saudação: Ogunhe, Patacori(e)
Saúde: Coração, e Glândulas Endócrinas.
Símbolo: Espada (Também em algumas casa, ferramentas como ferradura, lança e Escudo)
Sincretismo: São jorge ( Na Bahia Santo Antônio)




Folhas:
  • Abacateiro
  • Cajá Manga
  • Cana
  • Jenipapo
  • Abre Caminho
  • Açoita Cavalo
  • Agrião
  • Aroeira
  • Aroeira Branca 
  • Aroeira Vermelha 
  • Boldo bahiano
  • Botão de Santo Antônio
  • Cabeluda
  • Carrapicho
  • Cipó Chumbo
  • Colônia 
  • Costela de Adão
  • Guiné
  • Jabuticaba
  • Lirio do Brejo
  • Palmeira Abânico
  • Pau de Ferro do Ceará
  • Pinhão Branco
  • Sangue de Dragão
  • Vence Demanda 
  • Crista de Galo
  • Flor de lã
  • Palma Vermelha 
  • Tulipa
  • Espada de São Jorge 
  • Ameixeira 
  • Goiabeira 
  • Mangueira


Sincretismo 







Atribuições

Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.

Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.







Características dos Filhos de Ogum

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.

As pessoas de Ògún são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.

Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.




Qualidades de Ogum ou tipos de Ogum na umbanda ou candomblé:



 AJÀKÁ : é o "verdadeiro Ogum guerreiro", sanguinário, que em princípio se veste de vermelho como também pode acrescentar o verde escuro ,suas contas são iguais a vestimenta
Conquistou a cidade de OYÓ e teria se consagrado rei de Oyó e deu para seu irmão mais velho, Xangô governar . Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ogum, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.

ADJIOLAIÁ : é um Ogum que faz junção com Oxum.


AJÒ : é o Ogum que fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de Bará, rondaas encruzilhadas, comendo com Bará e Exus nas estradas. Veste-se e tem contas azul arroxeado ou usa corrente de aço.


AKORÓ : é o irmão mais velho de Odé, não come mel, ligado a floresta, qualidade benéfica de Ogum invocada no pàdé. E´oOgum que usa o mariwò como coroa, sua roupa é o mariwò, toma conta da casa de Oxalá.
Este título é traduzido como Senhor da corôa.
É filho de Yemanja Ogunté, jovem, dinâmico, entusiasta, empreendedor, protetor seguro, amigo fiel .

ALAGBEDE, Lebede, Alabedê : é um grande ferreiro e ferramenteiro. Este Ogum é o marido de Iemanjá Ogunté, pai de Ogum Akoró. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se de azul-marinho. Come com Bará e Yemanjá.

ÀMÈNÈ ou Ominí : tem ligação com Oxum, ligado aos Ijexás, sua conta é verde clara.

AVAGÃ ,Olode : é o Ogum dos caçadores. Solitário. É caçador e não come animais caseiros. Amigo e conhecedor dos caminhos como Odé Semelhante a Odé. Come, em seus assentamentos, caça. Leva um adematá e só come nos caminhos da mata. Originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico.

ELEMONÁ ,mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, a não ser a sua própria família. Tem fundamento com Obaluaiê e Bará.

IKOLÁ , um Ogum solitário que tem ligação com Xoroke e Oxalá. Come ìgbín e veste-se de verde escuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de chifres grandes.

MEJE ,ou Mejeje : aquele que toma conta das sete entradas da cidade de Irê, ligado a Bará, o guardião das casas de Ketu.
Mejê pode ser traduzido como Ogum sete, esse número é menção as sete sementes que Ogum plantou nos sete caminhos por onde passou.
"Kàtà-kàtà ó gbín mejé, ó gbín mejé ónòn gbógbó". E é por causa destes sete caminhos que por má interpretação passaram a cultuar Ogum como se tivesse sete qualidade.
É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ogum completo, velho solteirão rabujento , sanguinário.
Come no cemitério.
Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.

MENÉ ,Mené :é um jovem guerreiro. Veste-se de verde e usa contas verdes. Come com Oxalá e tem grande fundamento comYemanjá.Ogum Mené veste-se igualmente de verde e usa contas verdes claro , como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.

ÔGÚNJÁ :é um Ogum , como indica seu nome, particularmente combativo. Este é um título de Ogum que enfatiza sua predileção por comer cachorro como oferendas. Este nome vem de Ogún Je Ajá, Ogum come cachorro. Amigo do cachorro que lhe é consagrado é como ele um protetor seguro. Mas tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes, acompanha Ogúnté.

OMINI :também é um Ogum feiticeiro, come com Oxum. É mais gentil, mas muito melindroso, veste azul-marinho.

ONIJÉ : é o Orixá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Orixá em seus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com Oya Ygbalé.


ONIRÉ : é o título do filho do Ogum que reinou sobre Iré, o dono de Iré, primeiro filho de Odúduà.

Usa contas verdes. Guerreiro impulsivo, cortador de cabeças, ligado a morte e aos antepassados. Muito impaciente, não pensa antes de agir, mas acalma-se rápido.
Ogum antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes.
Onirê É um título de Ogum que pode ser traduzido como Senhor de Irê, que é uma das cidades onde é prestado culto a Ogum. Nesta cidade conta a lenda que ao regressar de viagem e ser ignorado pelas pessoas da cidade, ele, enfurecido decapita inúmeras pessoas e após fazer isso ele descobre que, na realidade, chegara em um dia sagrado de silêncio em sua homenagem .
Com vergonha ,finca sua espada ao chão abrindo-o e se joga na fenda, suicidando-se.

POPO :seria o nome de Ogum quando foi a terra dos jeje, é um tipo fanático.

WÀRÍ , Wori : é o dono dos metais dourados, ligado a Oxum,ligado ao ar, por isso o mais requintado dentre todos os Oguns.
É perigoso e feiticeiro, ligado aos antepassados. Tem temperamento muito difícil e autoritário. Veste verde-claro, come comYemanja e Oxalá.
Gosta de comer cabritos pequenos, aprecia a carne de marreco e não come frango em suas obrigações.
Veste azul-marinho.

XOROKE : Entidade que se apresenta em duas formas bem distintas.
Como como Ogum e outra como Exu.
Em ambas as manifestações possui grande força magnética, magia, grande rei.
Como Exu pode trabalhar na resolução de problemas de outras entidades,mas mesmo assim estando na linha de energia de outros orixás ele não perde a mandala de Ogum .
Não se desvincula de sua origem dual. Ogum -Exu.
Entidade com gosto excêntrico.
>Come sempre na primeira e última terça -feira.
>Seus serviços de demanda são nas quintas com lua minguante.
Agitado, instável, suscetível e manhoso.
É um Orixá das terras Gege, um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu pai e sua mãe.
Conta a lenda que um vulcão entrou em erupção e Sorokè saltou de dentro dele, em forma de fogo.
É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por ali passam e profanam as oferendas ali colocadas.
É o Orixá da vingança, pois seu temperamento é muito forte.


Qualidades de Ogum no Rito de Almas e angolas;

Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.

 Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.

Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.


Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral

Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.


Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.




Lendas de Ogum

Como Ogum se tornou Orixá

   Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê e matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ògún Rei de Irê!"

Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".

Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma. Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.








Lenda de Ogum Xoroquê

  Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade Exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Èṣù e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.






Ogum dá ao homem o segredo do ferro

Na Terra criada por Oxalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ọssãe, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ọssãen, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão.Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.

Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.










Ogum livra um pobre de seus exploradores

Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogum, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogum e caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ogum mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro (mariwo), e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogum destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez. Ogum destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo.







Ogum chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Xangô

  Ogum e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogum propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse. Xangô fez alguns gracejos, Ogum revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente.Ogum propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.

  Ogum deixou Xangô e seguiu para a casa de Iansã, solicitando-lhe que pedisse a Iku (a morte) que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Na manhã seguinte, Ogum e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogum. Ogum, calado, continuava a coleta. O que Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. À noite Ogum procurou Xangô, mostrando seu espólio.Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.









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