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terça-feira, 31 de julho de 2012

Um pouco mais sobre Mãe Ida


   
Com a Entrada de Mãe Ida para o Candomblé, as mudanças o ritual passaram a ser marcantes, como de fato ate hoje. Conforme relata a própria Mãe Ida, ela entrar para o candomblé, satisfazendo um interesse pessoal em dar aos Orixás determinados "fundamentos"que não eram comuns à Almas e Angolas. Inicialmente Mãe Ida faz uma obrigação em Nagô Igexá, posteriormente em "toriefam" e por ultimo em Keto. Pergunta sobre as mudanças de rituais e sabendo ter sido ela a percursora do ritual Almas e Angolas em Santa Catarina, Mae Ida diz que na época foi fortemente atraída pelas possibilidades que o Candomblé oferecia em termos de cultos aos Orixás. Atualmente quando compararmos o ritual praticado no Rio de Janeiro e o de Santa Catarina, é possível identificar características adquiridas do Candomblé.
  A poucas casas de Almas e Angola mesmo com o desligamento Oficial de Mãe Ida continuaram com as praticas do ritual Almas e Angola  como os terreiro de:


  • Pai Evaldo no bairro Bela Vista/ São José
  • Pai Fagundes no bairro Saco dos Limões/ Florianópolis
  • Pai Têles no bairro Jardim Atlântico/ Florianópolis (Todos os filhos espirituais de Mãe Ida)
  • Pai Orlando no bairro de Bela Vista/ São josé


Que deram continuidade a obra de Mãe Ida. No final da década de 70, os praticantes do rito Almas e Angolas estava crescendo , o numero de iniciados crescia cada vez mais principalmente na década de 80. E nesse período que são inaugurados vários terreiros mantedores desse ritual. Segundo as pesquisas a maior parte dos terreiros praticantes do rito Almas e Angolas, são raízes da Tenda Espirita de Jesus de Nazaré dirigida por Pai Evaldo Linhares até hoje, é o terreiro mais antigo e em atividades no Estado.

  Pai Orlando Linhares Sobrinho, em 1976  viaja para o Rio de Janeiro e realiza sua obrigação de Babalâo. Enquanto isso em Santa Catarina o ritual Almas e Angolas ainda sofria alterações em relação ao do Rio de Janeiro.  Motivo para pai Luiz D'Angelo consagra-lo Babalâo. Pai Orlando que hoje em Santa Catarina não encontram-se terreiro que pratiquem o ritual da mesma forma que era praticado no Rio. Acredita que essas mudanças sejam resultados da influência exercida pelo Candomblé, pois afinal, no ritual de Almas e Angolas os Orixás eram cultuados de forma muito "simples" a começar pelas oferendas e comidas de Santo. Pai Orlando foi um dos últimos filhos "feitos" po Luiz D'Angelo.

Na Tenda Espirita Jesus de Nazaré, o ritual Almas e Angola passa por mais modificações, ou seja, as obrigações de reforço de 7, 14 e 21 anos, que não existem no ritual de Rio de Janeiro, passam a fazer parte dessa nova fase.

Conversando com Mãe ida, essas modificações sobre os reforços de 7, 14 e 21 foram criados por Pai Everaldo inclusive algumas guias (colares e contas). A guia de sete fios após a obrigação de Sete Anos é uma criação de Pai Evaldo.

Conversando com o Pai Evaldo muitas praticas realizadas no aqui em Santa Catarina que não são praticadas no Rio de Janeiro, assim como a feitura do orixá Obaluaie, esse Orixá no Rio não era "feito" por que esse orixá é considerado o Senhor das Almas, no Terreiro de Pai Luiz D'Angelo esse Orixá tem um altar especial separado dos demais.

 90%  dos terreiro de Almas e Angolas de Santa Catarina seguem as praticas ritualísticas de Pai Evaldo que fez muitas alterações. Ao completar seus sete anos de obrigação em Almas e Angola , Pai Evaldo procura novamente Mãe Ida e pede seu auxílio no sentido de orienta-lo quanto aos procedimentos necessários para seu fortalecimento, pois afinal , a dedicação quase total aos trabalhos espirituais exigiam um reforço, ou seja, um fortalecimento dele enquanto médium. Mãe Ida que na época praticava o ritual de Candomblé, segundo relatos do próprio Pai Evaldo, já estava muito comprometida com o seu novo ritual , ficando impossibilitada de atender o pedido de seu filho, naquele momento. Consultando seu caboclo, o mentor dirigente do terreiro, Pai Evaldo resolve buscar auxílio com Pai Orlando (Nessa época Luiz D'Angelo já havia falecido) e orientado pelo próprio Caboclo Peri e auxiliado por Pai Orlando realizou sua obrigação de SETE anos, iniciando aí uma fase nova dentro do ritual de Almas e Angola. Segundo os mais antigos praticantes do ritual, essa fase faz surgir uma bifurcação no ritual, criando duas correntes em Almas e Angola. Uma corrente que segue o ritual com as alterações criadas por Pai Evaldo e outra que mantém as características originais trazidas por Luiz D'Angelo em 1951(Apesar de algumas mudanças).
Conforme diz Pai Evalto:
 "Os rituais são criações do próprio homem, e sendo assim são passíveis de Mudanças".
Hoje, viajando para o Rio de Janeiro é possível identificarmos as práticas da Umbanda e do Candomblé, porém de Almas e angola  não existem registros atuais de nenhum terreiro praticante desse ritual. Isso nos leva a crer que o ritual de Almas e angola, que encontrou na década de 50 um espaço aberto e amplo para sua instalação em Santa Catarina , aqui permaneceu, cresceu, mudou em alguns pontos e se fez representar , inclusive para o restante do Brasil, pois afinal esse ritual outrora carioca é hoje , quase que exclusivo de Santa Catarina.




                                              (Mãe Tereza, Mãe Ida e Pai Evaldo)

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