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sábado, 18 de agosto de 2012

Porque as Entidades não se Apresentam e Dizem seu Nome?




   Bem, o nome da Entidade não é o mais importante no início.O importante realmente, é o trabalho que a Entidade irá realizar,e não o nome,até por que a Entidade poderá se identificar com o nome que quiser. Esse é  o tempo para que o médium consiga se identificar com a energia da entidade, alguns quando vindo pelas primeira vez , não conseguem se adaptar com a fala, ate o período de adaptação.
O médium em desenvolvimento de sua tarefa mediúnica,poderá captar várias Entidades, pois sua "antena" ainda não se encontra bem "ajustada".Assim, nenhuma Entidade, irá dizer que se apropriou de seu corpo, de forma a não induzir, seu aparelho a canalizar somente sua vibração.As Entidades são sábias e sabem a importância de todas as vibrações.No processo inicial do desenvolvimento muitas Entidades de Luz se aproximam do médium ao mesmo tempo,aos pouquinhos o médium aprende a sintonizar cada uma delas, no devido tempo,com paciencia,estudo e dedicação.Portanto,é natural médiuns novatos incorporarem bem suas Entidades, mas no entanto não saberem seu nome. O fato de dizer o nome da Entidade denota em sinal de avanço no processo de desenvolvimento, devendo ser natural, as coisas devem vir sempre ao seu tempo, sem pressa, não devendo ser antecipado, sobre a pena de atrapalhar todo desenvolvimento.Nesse caso,a ansiedade,a pressa,e muitas vezes a vontade de se estar pronto para o atendimento,e na maioria das vezes por falhas dos próprios dirigentes,Pae e Mãe de Santo, o médium se acha pronto,coloca sua Entidade acima de outras,que sua Entidade é a melhor,faz melhor,e acontece rápido, é nesse caso que acontece a derrocada do médium,pois a soberba dá início a sua derrota.Nenhuma folha cai da àrvore sem que seja o momento certo!Dedique-se,busque conhecimento,procure evoluir cada vez mais,pratique a reforma íntima,tenha comprometimento,amor e humildade para que seu nível eleve-se cada vez mais, e possa ser um trabalhador da ceara de Umbanda com transparencia,honestidade e simplicidade.Levemos ao mundo inteiro a Bandeira de Oxalá!

Aurea Oliveira



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Consultas São Confidenciais



Muitos questionam o problema da revelação de segredos em consultas com entidades de Umbanda, sob a égide de que a privacidade das pessoas não pode ser invadida, nem devassada.


Para melhor explicar a questão, considere que alguém tenha cometido um crime, por exemplo, e, durante uma consulta uma entidade revele esse fato a uma terceira pessoa, fazendo com que o ato que era mantido em segredo venha à tona e o criminoso seja descoberto e desmascarado. Seria isso lícito do ponto de vista da ética das religiões?


À primeira vista o problema parece complexo, mas, na verdade, não é tanto assim, quando se o considera pela ótica da justiça divina e da ação continuada no bem.


Na prática se pode dizer que não existe meio certo quando se trata de justiça. No campo das verdades espirituais, o justo é o justo, o certo é o certo, a verdade é a verdade. Da mesma forma, a Lei de Harmonia Universal nos diz que podemos usar nosso livre arbítrio como bem entendermos, mas a ninguém é dado prejudicar seus irmãos impunemente.


As pessoas guardam consigo todo tipo de segredos; alguns que só dizem respeito à própria pessoa e que, por isso mesmo, devem ser mantidos na esfera da privacidade, e outros que afetam diretamente a vida de outras pessoas, muitas vezes provocando prejuízos e podendo causar dores incalculáveis. Seria justo que esse tipo de segredo permanecesse oculto em nome do direito à privacidade?


Ora, a própria palavra "privacidade" já aponta para coisas que estão na esfera privada e nada que envolva diretamente outras pessoas pode ser enquadrado nessa esfera. O problema é que os indivíduos em geral tem uma noção muito errada do que seja o direito à privacidade, considerando muitas vezes que sob esse direito se possam ocultar os atos mais vis, as práticas mais covardes, as injustiças mais cruéis. Não é assim.


É necessário que todos entendam que a justiça divina não se restringe ao post mortem, podendo e devendo ser aplicada de imediato, inclusive em caráter preventivo, se assim for possível.


As entidades de Umbanda sabem disso e não compactuam com o errado em nenhuma hipótese, assim, quando tem permissão para fazê-lo, podem e devem revelar qualquer tipo de segredo que, se mantido como tal, poderia causar danos irreparáveis a outras pessoas. Considere-se ainda que os espíritos que militam na Corrente Astral de Umbanda - em especial os Exus - tem compromisso direto com os fatos ligados ao plano material, estando encarregados, tanto quanto possível, de procurar manter a harmonia, a paz e o bem estar no âmbito das relações sociais, Dessa forma, quando revelam alguma coisa que na opinião de alguns não deveria ser revelada, fazem-no de conformidade com a vontade e a justiça de Deus.


Aqueles que se revoltam contra uma revelação assim, é porque certamente estavam tentando esconder atitudes espúrias e se veem subitamente flagrados em sua ignomínia.


Há, contudo, um limite ético a essa inconfidência das entidades: sua ação deve se limitar aos fatos por eles descobertos, não podendo nunca atingir os fatos que lhes são contados em consultas, seguidos de um pedido de ajuda ou de orientação. A explicação para isso está no fato de que, quando alguém procura um terreiro e revela segredos a uma entidade, o faz no exercício da fé e da confiança e não seria digno de um ser evoluído quebrar essa confiança, revelando o que lhe foi confiado em sigilo.


Mais que isso, quem procura uma entidade para revelar um segredo, certamente já está em busca de solução para o seu problema, cabendo então à entidade fazer o possível para orientar e auxiliar na solução.


A revelação se aplica àqueles casos em que o fato, se não revelado, permaneceria desconhecido, causando prejuízos a terceiros.
                                                                    (Restrito)


Fonte: http://neumbanda.blogspot.com/

Carta de Um Pai/Mãe de Santo para com seu Filho





"Meu Amado Filho"


  Quando você parar de me contar - como ainda você faz - as suas brincadeiras e as suas coisas pessoais; quando você não tiver mais medo da "escuridão" e decidir abrir, finalmente, as páginas desses livros desconhecidos que hoje você somente olha, talvez mal ajeitados na estante do meu escritório e que conservo com muito carinho; quando for adulto, aproxime-se desses senhores que hoje você acha misteriosos e que, se bem não te desagradam, te merecem tão somente certa indiferença.


Procura essas pessoas que freqüentemente me ligam ou me visitam e com quem comparto algumas horas, a cada semana, nesses dias que você me vê chegar mais tarde em casa. Sim, procura esses homens que a sociedade identifica como "Umbandistas" e que eu chamo, orgulhosamente de "Meus Irmãos".


Tantas vezes você os viu e ouviu que, provavelmente, já conheça todos eles.


A grande maioria é jovem; alguns, homens maduros; e outros, com as suas testas coroadas por cabelos grisalhos, do mesmo jeito que algumas montanhas mostram seus cumes cobertos pelo branco da neve. Mas todos eles me permitiram beber da fonte da sabedoria.


Todos, por igual, abriram seus peitos como se abre uma cesta para receber as confidências, a alegria, os infortúnios e decepções, os projetos e as ilusões do melhor amigo.


Sim, procura essas pessoas, sem importar o longo caminho a ser percorrido nem quantos os obstáculos que devam ser vencidos.


Decidido a procurá-los, o Ser Supremo vai mostrar-te o caminho.


E quando souber o que é que eles fazem, como pensam e o que pretendem (desde que o teu espírito esteja satisfeito e achadas todas as tuas respostas) junte-se a eles e siga-os.


Mas se mesmo depois de analisar os seus princípios as tuas dúvidas continuarem sem resposta então, Filho meu, saia do caminho com a decência de um homem bem nascido.


Se eu ainda for vivo, baterei palmas à tua decisão, qualquer que tenha sido. A aceitarei pois você terá estudado antes de definir e porque conseguiu analisar a tua escolha, ou seja, terá decidido por você mesmo após ter raciocinado.


E caso eu tiver passado para os Jardins d'Aruanda, vou pedir ao Altíssimo para enfeitar a tua vida com os atributos que sempre procurei para você e que, Umbandista ou não, o mundo reconheça em você um homem honesto, virtuoso, justo, respeitável, oposto a todo gênero de opressão e com um profundo amor pela humanidade.



Autor desconhecido.



Axé!!

Orgulho de ser Umbandista










Antes ou Depois de Uma Gira



Não devemos esquecer que somos um campo sempre em atividade. Existem várias reações, sensações e efeitos que se manifestam em nós, resultado do processo de movimentação energética. Essa movimentação tanto pode ocorrer durante a gira, anterior a ela, pois nossos espíritos já estão preparando nosso campo energético horas e às vezes dias antes (dependendo do tipo de trabalho que ocorrerá) ou após a ela.

Nós estamos sempre em contato com pessoas e ambientes, e somos mais que outras pessoas, sensíveis a possíveis presenças de campos energéticos de outras pessoas e ambiente, assim como nossas entidades podem estar agindo para assistência a terceiros junto a nós, sem que nos demos conta disso. Também podemos estar sendo doadores naturais de ectoplasma, e outros tipos de fluidos a alguém desvitalizado que funciona como uma fonte sugadora de nossas energias, e tudo isso pode causar alguns efeitos colaterais e deixar sensações e causar alguns efeitos, que logo passam. Outras vezes precisamos de algum tipo de recarga; banho de ervas ou passes energéticos, para repor a energia gasta.

É de grande valia, vigiar sempre seu estado emocional e equilíbrio psicológico e não permitir que pensamentos e sensações negativas façam morada de forma alguma, pois pode ser impressões e sentimentos que não nós pertençam , mas que podemos captar em ambientes e de pessoas. É sempre bem vindo a ida num terreiro ou centro espírita para passes e limpezas energéticas e irradiação.

Um fator muito importante em nosso desenvolvimento é aprender a identificar as sensações de nossas entidades, que embora pareçam tudo igual, mas não é. Para se assim nos aprendamos a fechar nossas portas quando entramos em contato com algum tipo de energia desconhecida.

Cada pessoa tem seu tempo, pois não envolve somente “abertura de canais mediúnicos”, mas o emocional e o psicológico precisam estar bem também, para que tudo ocorra de forma salutar, que traga alegria, leveza e satisfação e não mais agonia, desespero, medo e insegurança.

Saravá!

Sempre recomendo que converse com seu Pai/Mãe de Santo ou dirigente para tirar suas dúvidas.




Lindas Musicas Afro Brasileiras

Monobloco Os Orixás


Mariene de Castro Vi Mamãe na Areia 


Mariene de Castro Ponto de Nanã



As Palavras Tem Poderes!





Se todos soubessem...

Se todos soubessem a força que tem as palavras meditariam muito antes de dizê-las. Em cada vestimenta carnal que se reveste, o Espírito tem um novo aprendizado no falar.

Há um provérbio muito peculiar que assim diz: "em boca fechada não entra mosca" e nós acrescentamos: "e nem sai impropérios".


Através das tuas expressões verbais retratas teu mundo íntimo. Construirás pontes de infinito amor te fazendo alçar voos mais altos ou destruirás as mesmas te impelindo as ambientes não tão agradáveis, onde o choro e ranger de dentes são uma constante.

Por isso mais uma vez repetimos: "a sabedoria das palavras consiste em dizê-las no momento certo e na hora certa e após proferi-las exemplificar-lhes sempre".

Falemos com prudência e ajamos com discernimento para andarmos em paz!








Corrente Mediúnica



Quando indivíduos de pensamentos e objetivo semelhantes se reúnem e vibram em comum, podemos dizer que se forma uma corrente mediúnica. Na corrente, forma-se uma estrutura espiritual da qual cada pessoa é uma parte, uma parte viva, vibrante, operante.

Para que uma corrente mediúnica seja coesa e tenha uma boa vibração, os médiuns que dela participam, deverão ter o mesmo pensam

ento ou sentimento, caso contrário, o elo quebra-se, o trabalho espiritual não desenvolve.

De acordo com o Centro, para participar de uma corrente, o médium precisa de um preparo, como por exemplo: banho de ervas, resguardo de carne, limpeza mental, preparada de bons sentimentos.

Há crenças de que antes da presente encarnação, determinados ajustes no Organismo Astral e, nas suas concepções morais, são feitos nos médiuns. Este é um compromisso firmado entre este Ser e as Entidades de Umbanda e que deve florescer de maneira natural ao longo da encarnação do indivíduo. 



O Coco na Umbanda!





  O coco é o fruto do coqueiro, uma fruta composta de uma casca fibrosa e sua “semente” interna: o endocarpo lenhoso, aquela parte branca e comestível junto com a parte líquida. Todos já vimos a sua utilização nas giras de Umbanda, principalmente na linha dos Pretos Velhos e Baianos, para usar como cuia de bebida, para firmar algum ponto de força, para quebrar alguma demanda, etc...

Mas, por que
 o coco? Se analisarmos alguns aspectos sobre o cultivo desta fruta e sobre seus usos, poderemos imaginar o porquê da sua utilização por nossos guias e sacerdotes, em rituais mágicos, seja como condutor, armazenador ou irradiador de energia. O coqueiro é conhecido como “árvore da vida”, pois do seu fruto, o coco, se obtém mais de 100 produtos, dentre eles: leite de coco, óleo de coco, água de coco, etc.

As plantações de coco estão localizadas no litoral brasileiro, principalmente na região nordeste. Estas árvores, devido a sua localização, recebem fortes ventos durante sua vida produtiva, acumulando em seus frutos esta energia.

Sabemos também que elas necessitam de cerca de 2.000 horas de luz por ano para seu completo desenvolvimento e frutificação, logo, contabilizando cerca de 8 horas de sol por dia, o coqueiro precisa de 250 dias de sol por ano, o que corresponde a 68% dos dias do ano ensolarados. O que culmina em um grande acúmulo desta energia que irradia do fogo solar.Levando em conta que como todas as outras árvores e plantas o coqueiro absorve seus nutrientes do solo, acumula em seu fruto, ao longo de sua maturação a energia que irradia de nossa mãe terra.Pela água que absorve e armazena na forma liquida em seu interior durante toda a vida este fruto possui e irradia a energia aquática.

  Logo, temos em um só lugar os quatro elementos que utilizamos na manipulação de energia na nossa Umbanda: o fogo, a terra, a água e o ar. Quando se arrebenta um coco para um descarrego, em um instante pequeno de tempo se rompe e se espalha toda esta energia armazenada em seu interior.Do mesmo modo quando se usa um coco partido ao meio como firmeza, estamos ativando e utilizando os elementos naturais disponíveis e concentrando aquela energia para a segurança do local desejado. Ou, quando usamos o coité para ingerirmos alguma bebida durante nossos rituais, estamos simbolicamente ingerindo esta força acumulada e interiorizando esta energia.

E ainda sabemos que a água do coco é um líquido isotônico em relação ao nosso corpo, ou seja, ela possui uma concentração de água e sais minerais muito próxima daquela dos líquidos que constituem nosso organismo, sendo ótimo para a hidratação, com excelente capacidade diurética e por conseqüência um depurador de toxinas.

Se analisarmos estas propriedades do coco poderemos imaginar por que nossos guias comparam a energia do coco com a energia de nosso sangue.

Pensando desta maneira conseguimos uma explicação mais racional sobre a utilização do coco em nossos trabalhos, pois como já diz um ponto cantado: Umbanda tem fundamento!

Ogum




  Ogum (Yòrúba: Ògún), figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. É sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

  A relação de Ogum com os militares tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo Yoruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após ter sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

  É orixá das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, batalha, briga. É filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Ọxossi Por este último nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro, na verdade foi Ògún quem deu as armas de caça à Ọ̀xossi. O sangue que corre no nosso corpo é regido por Ogum. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude.

A violência e a energia, porém não explicam Ògún totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

  Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odùdúwà; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.

  Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

  Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.

Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.

É o dono do Ọ̀bẹ (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo após Exu porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de entrada das casas e templos (Um símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariuô) - folhas do dendezeiro (igi ọ̀pẹ) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como símbolo de sua proteção).

   Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exu. Se Exu é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.

Uma frase muito dita no Candomblé, e que agrada muito Ogum, é a seguinte: "Bi omodé bá da ilè, Kí o má se da Ògún". (Uma pessoa pode trair tudo na Terra Só não deve trair Ògún).

  Ogum foi casado com Iansã que o abandonou para seguir Xangô. Casou-se também com Ọxum, mas vive só, batalhando pelas estradas e abrindo caminhos.











Umbanda

Oferenda Básica:


  • Bebidas - Cerveja Branca
  • Comidas - Bagre, Costela com Cebolas no Dendê
  • Fitas - Branca e vermelha
  • Flores - Cravo, palmas vermelhas e Espada de São Jorge
  • Frutas - melancia, laranja, pêra, goiaba vermelha, ameixa preta, abacaxi, uvas
  • Linhas - Branca e vermelha
  • Pembas - branca e vermelha
  • Toalhas ou panos - vermelho
  • Velas - Branca e vermelha ou toda branca 





Desdobramentos

  O Orixá Ogum representa ou se manifesta através da luta pela sobrevivência e por isso está associado a defesa de todos os reinos, além de estar diretamente associado ao início de tudo, ao novo, a conquista.

Ao encontrarmos a energia do Orixá Ogum cujo elemento é o fogo, manifestando-se no reino do Orixá Ọmọlú, que é a terra, o chão, o solo, através do calor o sol e traduzimos isso para a calunga pequena ou cemitério, que em termos ritualísticos de Umbanda é o reino de Ọmọlú, temos a formação do desdobramento de Ogum que chamamos de Ogum Megê. Ou seja, é o Orixá Ogum atuando na defesa do reino do Orixá Ọmọlú em combinação vibratória com o mesmo, formando este desdobramento de Ogum . É o Ogum magista, ou seja, conquista/defesa através da magia.

  Quando o Orixá Ogum manifesta-se na defesa do reino de Xangô, encontramos o desdobramento chamado de Ogum de Lei, ou seja, combinação vibratória do Orixá Ogum com o Orixá Xangô. Em nível de necessidade nossa de terra (ou terreiro) é quando Ogum atua na execução de justiça. É o Ogum da ponderação, ou seja, conquista/defesa através da ponderação, da estratégia.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com o Orixá Oxossi, conforme já falamos, damos o nome de Ogum Rompe Mato. É o Ogum do imediatismo, ou seja, conquista/defesa através da expansão.

Ao cruzamento vibratório do Orixá Ogum com a Orixá Ọxum, ou seja, Ogum atuando na defesa dos rios e cascatas, damos o nome de Ogum Iara. É o Ogum da diplomacia, ou seja, conquista/defesa através da concórdia, diplomacia.

E finalmente o Orixá Ògún atuando na defesa do reino de Iemanjá, juntamente com a Orixá Iansã (ação sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulência das ondas) damos o nome a esta manifestação de Ogum Beira-Mar. É o Ogum do inesperado, ou seja, conquista/defesa através de ações inesperadas.

Uma observação importante a se fazer é que cada vez que um Orixá se desdobra por combinar-se com outro, ele absorve algumas de características do Orixá com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.
Especificando:

  • Ogum (Orixá) + Beira-Mar (qualidade do Ogum que trabalha à Beira do Mar em sintonia com Iemanjá e Ṣàngó) = Ogum-Beira Mar;
  • Ogum (Orixá) + Sete Ondas (qualidade de Ogum que trabalha em Alto-mar em sintonia com o povo do mar) = Ogum Sete Ondas;
  • Ogum (Orixá) + Pedreira (qualidade de Ogum que trabalha nas pedreiras e cachoeiras) = Ogum da Pedreira, Ogum das Sete Pedreiras, Ogum da Cachoeira, etc.;
  • Ogum (Orixá) + Megê (qualidade de Ogum que trabalha na Linha das Almas) = Ogum Megê das Almas;
  • Ogum (Orixá) + Matinata (regência da Lua, noite e madrugada em sintonia com Oxalá) = Ogum Matinata;
  • Ogum (Orixá) + de Lê (qualidade de Ogum mesclado com Xangô, trabalha com a Lei) = Ogum de Lê;
  • Ogum (Orixá) + Rompe-Mato (qualidade de Ogum mesclado com Ọxossi desbravador, caçador) = Ogum Rompe-Mato;
  • Ogum (Orixá) + de Ronda/Naruê (guardião e vigilante dos caminhos em sintonia com Exu) = Ogum de Ronda, Ogum Naruê etc.
  • Ogum (Orixá) + Iara (Qualidade de Ogum mesclado com Orixá Oxum)= Ogum Iara, Ogum Beira Rio
Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

Em função de sua característica básica de luta e guerra, o Orixá Ogum foi associado ao planeta Marte, que rege a terça-feira, e por extensão é o dia em que cultuamos Ogum na Umbanda



Características:

Animais: Galo vermelho, Cachorro.
Bebida: Cerveja Branca.
Chakra: Umbilical 
Comidas: Bagre, Costela
Cor: Vermelha (Azul Rei) (em algumas casas também o verde)
Data Comemorativa: 23 de Abril ( 13 de Junho)
Dia da Semana: Terça Feira
Elemento: Fogo 
Essência: Violeta 
Fios de contas: Contas e firmas Vermelho , ou vermelho com branco
Incompatibilidade: Quiabo
Metal: Ferro (aço e manganês)
Número: 2
Pedras: Granada, Rubi, Sardio. Em algumas casas Lápis- Azul, Topázio Azul)
Planeta: Marte
Pontos da Natureza: Estradas e Caminhos( Estrada de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.
Saudação: Ogunhe, Patacori(e)
Saúde: Coração, e Glândulas Endócrinas.
Símbolo: Espada (Também em algumas casa, ferramentas como ferradura, lança e Escudo)
Sincretismo: São jorge ( Na Bahia Santo Antônio)




Folhas:
  • Abacateiro
  • Cajá Manga
  • Cana
  • Jenipapo
  • Abre Caminho
  • Açoita Cavalo
  • Agrião
  • Aroeira
  • Aroeira Branca 
  • Aroeira Vermelha 
  • Boldo bahiano
  • Botão de Santo Antônio
  • Cabeluda
  • Carrapicho
  • Cipó Chumbo
  • Colônia 
  • Costela de Adão
  • Guiné
  • Jabuticaba
  • Lirio do Brejo
  • Palmeira Abânico
  • Pau de Ferro do Ceará
  • Pinhão Branco
  • Sangue de Dragão
  • Vence Demanda 
  • Crista de Galo
  • Flor de lã
  • Palma Vermelha 
  • Tulipa
  • Espada de São Jorge 
  • Ameixeira 
  • Goiabeira 
  • Mangueira


Sincretismo 







Atribuições

Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza, pois não se permitem uma conduta alternativa.

Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.

Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.







Características dos Filhos de Ogum

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.

As pessoas de Ògún são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.

Nenhum filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as horas.

É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes físicos.

Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.




Qualidades de Ogum ou tipos de Ogum na umbanda ou candomblé:



 AJÀKÁ : é o "verdadeiro Ogum guerreiro", sanguinário, que em princípio se veste de vermelho como também pode acrescentar o verde escuro ,suas contas são iguais a vestimenta
Conquistou a cidade de OYÓ e teria se consagrado rei de Oyó e deu para seu irmão mais velho, Xangô governar . Ajàká é um tipo particularmente agressivo de Ogum, um militar acostumado a dar ordens e a ser obedecido, seco e voluntarioso, irascível e prepotente.

ADJIOLAIÁ : é um Ogum que faz junção com Oxum.


AJÒ : é o Ogum que fica fora do barracão e toma conta da porteira. É o primeiro a ser saudado. Companheiro de Bará, rondaas encruzilhadas, comendo com Bará e Exus nas estradas. Veste-se e tem contas azul arroxeado ou usa corrente de aço.


AKORÓ : é o irmão mais velho de Odé, não come mel, ligado a floresta, qualidade benéfica de Ogum invocada no pàdé. E´oOgum que usa o mariwò como coroa, sua roupa é o mariwò, toma conta da casa de Oxalá.
Este título é traduzido como Senhor da corôa.
É filho de Yemanja Ogunté, jovem, dinâmico, entusiasta, empreendedor, protetor seguro, amigo fiel .

ALAGBEDE, Lebede, Alabedê : é um grande ferreiro e ferramenteiro. Este Ogum é o marido de Iemanjá Ogunté, pai de Ogum Akoró. É o mais velho, trabalhador, exigente e rabugento. Veste-se de azul-marinho. Come com Bará e Yemanjá.

ÀMÈNÈ ou Ominí : tem ligação com Oxum, ligado aos Ijexás, sua conta é verde clara.

AVAGÃ ,Olode : é o Ogum dos caçadores. Solitário. É caçador e não come animais caseiros. Amigo e conhecedor dos caminhos como Odé Semelhante a Odé. Come, em seus assentamentos, caça. Leva um adematá e só come nos caminhos da mata. Originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico.

ELEMONÁ ,mora nas matas e caça muito bem. É muito sério, áspero, não se apegando a ninguém, a não ser a sua própria família. Tem fundamento com Obaluaiê e Bará.

IKOLÁ , um Ogum solitário que tem ligação com Xoroke e Oxalá. Come ìgbín e veste-se de verde escuro ou vermelho. Adora galos vermelhos e bode de chifres grandes.

MEJE ,ou Mejeje : aquele que toma conta das sete entradas da cidade de Irê, ligado a Bará, o guardião das casas de Ketu.
Mejê pode ser traduzido como Ogum sete, esse número é menção as sete sementes que Ogum plantou nos sete caminhos por onde passou.
"Kàtà-kàtà ó gbín mejé, ó gbín mejé ónòn gbógbó". E é por causa destes sete caminhos que por má interpretação passaram a cultuar Ogum como se tivesse sete qualidade.
É o mais velho de todos, a raiz dos outros, Ogum completo, velho solteirão rabujento , sanguinário.
Come no cemitério.
Suas cores são o verde claro e o vermelho claro.

MENÉ ,Mené :é um jovem guerreiro. Veste-se de verde e usa contas verdes. Come com Oxalá e tem grande fundamento comYemanjá.Ogum Mené veste-se igualmente de verde e usa contas verdes claro , como Ogunjá, mas de uma tonalidade diferente.

ÔGÚNJÁ :é um Ogum , como indica seu nome, particularmente combativo. Este é um título de Ogum que enfatiza sua predileção por comer cachorro como oferendas. Este nome vem de Ogún Je Ajá, Ogum come cachorro. Amigo do cachorro que lhe é consagrado é como ele um protetor seguro. Mas tem temperamento rabugento, solitário, veste-se de verde escuro e usa contas verdes, acompanha Ogúnté.

OMINI :também é um Ogum feiticeiro, come com Oxum. É mais gentil, mas muito melindroso, veste azul-marinho.

ONIJÉ : é o Orixá que tritura, corta e provoca ferimentos. Não é aconselhável raspar este Orixá em seus filhos. Veste o verde escuro e o vermelho. Tem ligações com Oya Ygbalé.


ONIRÉ : é o título do filho do Ogum que reinou sobre Iré, o dono de Iré, primeiro filho de Odúduà.

Usa contas verdes. Guerreiro impulsivo, cortador de cabeças, ligado a morte e aos antepassados. Muito impaciente, não pensa antes de agir, mas acalma-se rápido.
Ogum antigo que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes.
Onirê É um título de Ogum que pode ser traduzido como Senhor de Irê, que é uma das cidades onde é prestado culto a Ogum. Nesta cidade conta a lenda que ao regressar de viagem e ser ignorado pelas pessoas da cidade, ele, enfurecido decapita inúmeras pessoas e após fazer isso ele descobre que, na realidade, chegara em um dia sagrado de silêncio em sua homenagem .
Com vergonha ,finca sua espada ao chão abrindo-o e se joga na fenda, suicidando-se.

POPO :seria o nome de Ogum quando foi a terra dos jeje, é um tipo fanático.

WÀRÍ , Wori : é o dono dos metais dourados, ligado a Oxum,ligado ao ar, por isso o mais requintado dentre todos os Oguns.
É perigoso e feiticeiro, ligado aos antepassados. Tem temperamento muito difícil e autoritário. Veste verde-claro, come comYemanja e Oxalá.
Gosta de comer cabritos pequenos, aprecia a carne de marreco e não come frango em suas obrigações.
Veste azul-marinho.

XOROKE : Entidade que se apresenta em duas formas bem distintas.
Como como Ogum e outra como Exu.
Em ambas as manifestações possui grande força magnética, magia, grande rei.
Como Exu pode trabalhar na resolução de problemas de outras entidades,mas mesmo assim estando na linha de energia de outros orixás ele não perde a mandala de Ogum .
Não se desvincula de sua origem dual. Ogum -Exu.
Entidade com gosto excêntrico.
>Come sempre na primeira e última terça -feira.
>Seus serviços de demanda são nas quintas com lua minguante.
Agitado, instável, suscetível e manhoso.
É um Orixá das terras Gege, um tipo muito perigoso. Dizem que foi amaldiçoado por seu pai e sua mãe.
Conta a lenda que um vulcão entrou em erupção e Sorokè saltou de dentro dele, em forma de fogo.
É o senhor da noite, vive nos cantos das encruzilhadas, castigando os que por ali passam e profanam as oferendas ali colocadas.
É o Orixá da vingança, pois seu temperamento é muito forte.


Qualidades de Ogum no Rito de Almas e angolas;

Ogum Megê – este desdobramento de Ogum, gerado pela união dos elementos terra (Omulu) e fogo, está presente nos assuntos atinentes a desmanche de magia.

 Ogum de Lei – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a execução de justiça.

Ogum Iara – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquistas diplomáticas.


Ogum Rompe Mato – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos pertinentes a coisas de solução rápida, revigorantes e de conquista de espaço de maneira geral

Ogum Beira Mar – este desdobramento de Ogum está presente nos assuntos atinentes a conquista material e de fortuna.


Estas são as manifestações mais comuns que se apresentam nos terreiros e são considerados chefes de linha, outras encontradas em nível de terreiro são consideradas desdobramentos destes desdobramentos.




Lendas de Ogum

Como Ogum se tornou Orixá

   Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê e matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ògún Rei de Irê!"

Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".

Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma. Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.








Lenda de Ogum Xoroquê

  Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade Exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Èṣù e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.






Ogum dá ao homem o segredo do ferro

Na Terra criada por Oxalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ọssãe, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ọssãen, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão.Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.

Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.










Ogum livra um pobre de seus exploradores

Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogum, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogum e caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ogum mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro (mariwo), e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogum destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez. Ogum destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo.







Ogum chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Xangô

  Ogum e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogum propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse. Xangô fez alguns gracejos, Ogum revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente.Ogum propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.

  Ogum deixou Xangô e seguiu para a casa de Iansã, solicitando-lhe que pedisse a Iku (a morte) que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Na manhã seguinte, Ogum e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogum. Ogum, calado, continuava a coleta. O que Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. À noite Ogum procurou Xangô, mostrando seu espólio.Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.









Obaluaiê





  Ọbaluaiê , o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlú (Xapanã) o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.

  Na Umbanda, o culto é feito a Ọbaluaiê, que se desdobra com o nome de Ọmọlú (os nomes se referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho). Orixá originário do Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Yorubanos como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.


Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Ọbaluaiê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).

Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmọlú (Xapanã) seja Ọbaluaiê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.

Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, consequentemente, a saúde. Assim como sua mãe Nanã, tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa, em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios.







  Em termos mais estritos, Ọbaluaiê é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Ọmọlú é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Ọbaluaiê é a que mais se vê. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básicas de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguian a forma jovem e Oxalufan a forma mais velha.

A figura de Ọmọlú/Ọbaluaiê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola, tal visão porém, é uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente era a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Ọmọlú/Ọbaluaiê, o Daomé.







  Assim, sombrio e grave como Iroko, Oxumaré (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Ọmọlú/Ọbaluaiê é uma criatura da cultura jêje, posteriormente assimilada pelos Yorubas. Enquanto os Orixás Yorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanos, as figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças.

A visão de Ọmọlú/Ọbaluaiê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis nos Orixás Yorubas.

Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a Yoruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Ọmọlú/Ọbaluaiê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum.

Como parte do temor dos Yorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Ọmọlú/Ọbaluaiê) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Ọ̀sónyìn). Ọmọlú/Ọbaluaiê seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada vez.







  O Rei da Terra, é filho de NANÃ, mas foi criado por IEMANJA que o acolheu quando a mãe rejeitou-o por ser manco, feio e coberto de feridas. É uma divindade da terra dura, seca e quente. É às vezes chamado "o velho", com todo o prestígio e poder que a idade representa no Candomblé. Está ligado ao Sol, propicia colheitas e ambivalentemente detém a doença e a cura. Com seu Xaxará, cetro ritual de palha da Costa, ele expulsa a peste e o mal. Mas a doença pode ser também a marca dos eleitos, pelos quais Ọmọlú quer ser servido. Quem teve varíola é freqüentemente consagrado a Ọmọlú, que é chamado "médico dos pobres". 



                          
                                                                                      (Xaxará)




  Suas relações com os Orixás são marcadas pelas brigas com Xangô e Ogum e pelo abandono que os Orixás femininos legaram-lhe. Rejeitado primeiramente pela mãe, segue sendo abandonado por Ọxum, por quem se apaixonou, que, juntamente com Iansã, troca-o por Xangô. Finalmente Obá, com quem se casou, foi roubada por Xangô.

Existe uma grande variedade de tipos de Ọmọlú/Ọbaluaiê, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Sakpatá, Ọmọlú Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.

Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando relacionado à vida e à cura, recebe o nome de Ọbaluaiê. Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças.

Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

O Senhor da ida é também Guardião das Almas que ainda não se libertaram da matéria. Assim, na hora do desencarne, são eles, os falangeiros de Ọmọlú, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios de agregação astral-físico (cordão de prata), que ligam o perispírito ao corpo material.








Características:

Animais: Galinha d' Angola 
Bebida: Água Mineral, Suco de Laranja Lima
Chakra: Básico 
Comida: Deburú- Pipoca, Sarapatel, Inhame com pipoca, Pipoca para Obaluaiê.
Cor:  Preto e Branco
Data Comemorativa: 16 de Agosto (17 de Dezembro)
Elemento: Terra
Essência: Cravo e Menta 
Fios de Contas: Contas e Miçangas Leitosas Pretas e Brancas
Flores: Monsenhor Branco
Incompatibilidade: Claridade, sapos.
Instrumento: Xaxará
Metal: Chumbo, Mércurio, Volátrio.
Número: 8
Pedras: Obsidiana, Ônix, Olho-de-Gato, Turmalina Negra
Planeta: Saturno
Ponto de Força: Cemitério " Calunga Pequena", Mar "Calunga Grande" e Cavernas.
Saudação: Atotô (significa Silêncio, Respeito)
Saúde: Todas as partes do Corpo ( é o Orixá da Saúde)
Símbolo: Cruz
Sincretismo: São Roque (São Lázaro) Xapanã- Nosso Senhor dos Passos






Folhas:
  • Jaca
  • Agapanto
  • Alamanda
  • Alfavaca
  • Alfavaca Roxa
  • Araticum de arreia
  • Babosa
  • Barba de Velho
  • Beldroega
  • Boldo Bahiano
  • Cabaça
  • Canela de Velho
  • Cipó Chumbo
  • Coentro
  • Erva de Passarinho
  • Erva de Santa Maria 
  • Erva Moura 
  • Hortelã Brava 
  • Jerivá
  • Jupati
  • Mangue Vermelho 
  • Maria Preta Verdadeira 
  • Melão de São Caetano
  • Milho Alho
  • Musgo
  • Pata de Vaca
  • Quebra Pedra
  • Samambaia
  • Sete Sangrias 
  • Urtiga Mamão
  • Urtiga 
  • Vermelha 
  • Figo Bejamim


Sincretismo
(Omulú)

(São Lázaro)



Qualidades na umbanda ou candomblé.

  • Afoman /Akavan: Tem ligação com Exu
  • Arinwarun (ou wariwaru): É um título de Xapanan.
  • Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Oxalá, Oxumaré e Ogum. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.
  • Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Oxumaré, Iemanjá e Ọya.
  • Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Ọya.
  • Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ogum e Oxaguian.
  • Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ọxaguian
  • Ahosuji / Segí: Tem ligação com Iemanjá e Oxumaré / Besén.
  • Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumaré e Ọya, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.
  • Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um Orixá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém, pois não tem como cultua-lo. Antigamente recebia sacrifícios humanos, por tratar-se de um Orixá  antropófago, come a carne e destrói os ossos. Foi esse OMOLÚ que brigou com Oxaguian. Caso apareça um ÌYÀWÒ desse Orixá, faz-se AZUANI ou Oxum. Da-se comida a terra. Esse Orixá é ABIKU, portanto não se raspa, pois representa o fundo da terra. Somente se assenta. Come com YEWÀ, Ọya e YKU. Seus assentos são cultuados ao lado de Nanã e Iemanjá. Pega-se um pouco de terra de cemitério e pôe-se no assento. Êle presta obediência a ÒSUN, por quem se apaixonou.Mora só e não aceita a faca, assim como Nanã. Come porco preto, frangos, pombos de cor e galinha d'angola. Come no campo que tenha barro. Quando se faz o ÌYÀWÒ desse santo, todos os Orixás viram, exceto Xangô. Leva-se os bichos e as comidas de Iemanjá, Nanã e Oxalá, bastante epo, acarajés, feijão preto com ovos cozidos, deburus ( a mesma coisa se faz com YEWÀ ) . Tudo dêle é com dendê. Sua comida : feijão preto com um ovo cozido no meio, deburus ao redor ( feitos com milho de galinha ) , 9 ovos crus, 9 velas e 9 monsenhor. Pede-se a uma pessoa de Ogum, Ọya ou OMOLÚ para apanhar várias folhas de mamona. Faz-se um buraco redondo de dois palmos, acende-se as velas ao redor e canta-se as rezas se fundamentos. Sacrifica-se o porco depois da reza, copa-se o bicho ali mesmo, pega-se as galinhas pucha-se os ORIS e coloca-se dentro, enfeitando com as comidas e cobrindo com as folhas de mamona. Já fora do campo, passa-se as folhas de mamona e os ovos, jogando-os e não olhando para trás. Para os assentos só se leva os bichos de penas. Além do campo dá-se comida lá fora, no assento dêle. Sete dias depois é que se faz o ÌYÀWÒ com outra qualidade de OMOLÚ. Ficam assim, dois assentos, um lá fora, de INTOTO e outro de AZUANI.
  • Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Ọya.
  • Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.
  • Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Ọya. Veste de branco, preto e vermelho.
Qualidades no Ritual Almas e Angolas.

· Xangô D’Jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxossi).

· Xangô Alafim-Eché – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.

· Xangô Alufam – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.

· Xangô Agodô – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.

· Xangô Aganju – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.

· Xangô Abomi – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.

Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois a essência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.


Batuque

  • Sàmpọ̀nná ou Sapanáà ou Xapanã: Aquele que pode nos matar com o fogo. É o mais antigo. É proibido falar seu nome. Na África quando se fala seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com Ọxossi e é o deus da varíola e das doenças de pele. Era ele quem dizimava nas aldeias. Suas contas são brancas e pretas. No dia de sua feitura tem que ser feito sete qualidades de comidas, pôr na folha de mamona e levar com uma vela para o campo. Ele leva dois ÌLÈKÈ ( quelê ) : um no pescoço e um na perna esquerda ( duas argolas de aço ) . No dia do recolhimento, leva-se o ÌYÀWÓ na porta do cemitério e da-se um sacudimento. Este santo é preparado no barro vermelho. Quando se dá comida a Ele, da-se na encruzilhada, pois ele tem caminhos com Exu CAVEIRA e MULAMBO.

Omulú





Muitos associam o divino Obaluaê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro, de uma dimensão para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa

As características dos filhos de Obaluaê


  Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Ọmọlú/Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.

Arquetipicamente, lega a seus filhos tendências ao masoquismo e à autopunição, um austero código de conduta e possíveis problemas com os membros inferiores, em geral, ou pequenos outros defeitos físicos.

Pierre Verger define os filhos de Ọmọlú como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Ọmọlú/Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.

Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.

Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Ọmọlú/Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Ọxum o atirado Ogum) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Ọmọlú/Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.


Assim como Ọxaguian, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade para si própria. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.

Entretanto, podem ser humildes, simpáticos e caridosos. Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde.


(Nosso Senhor dos Passos)





O tipo psicológico dos filhos de Ọmọlú é fechado, desajeitado, rústico, desprovido de elegância ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varíola ou por alguma doença de pele e é freqüentemente hipocondríaco. Tem considerável força de resistência e é capaz de prolongados esforços. Geralmente é um pessimista, com tendências autodestrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melancólico, torna-se solitário. Mas quando tem seus objetivos determinados, é combativo e obstinado em alcançar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambições, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntária, de mortificação.

É lento, porém perseverante. Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptação, e por isso não aceita mudanças. É vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.

Essencialmente viril, por ser Orixá fundamentalmente masculino, falta-lhe um toque de sedução e sobra apenas um brutal solteirão. Fenômeno semelhante parece ocorrer no caso de Nanã: quanto mais poderosa e mais acentuada é a feminilidade, mais perigosa ela se torna e, paradoxalmente, perde a sedução.



Lendas de Obaluaiê





Orixá da cura, continuidade e da existência !!!

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os Orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Obaluaiê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

Xapanã, rei de Nupê.

Xapanã, originário de Tapa, leva seus guerreiros para uma expedição aos quatro cantos da terra. Uma pessoa ferida por suas flechas ficava cega, surda ou manca, Obaluaê-Xapanã chega ao território de Mahi no norte de Daomé, matando e dizimando todos os seus inimigos e começa a destruir tudo o que encontra a sua frente. Os Mahis foram consultar um Babalaô e o mesmo ensinou-os como fazer para acalmar Xapanã. O Babalaô diz que estes deveriam tratá-lo com pipocas, que isso iria tranqüiliza-lo, e foi o que aconteceu. Xapanã tornou-se dócil. Xapanã contente com as atenções recebidas mandou construir um palácio onde foi viver e não mais voltou ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou.

As duas Mães de Obaluaê

Filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar. Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Iemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos. O tempo foi passando e a criança cresceu e tornou um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, não para esconder as chagas com a qual nasceu, e sim porque seu corpo brilhava como a luz do sol. Um dia Iemanjá chamou Nanã e apresentou-a a seu filho Xapanã, dizendo: Xapanã, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Xapanã nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Ọmọlú e este passou a conviver com suas duas mães.

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